o que me move?
Acreditar em uma força que movimenta esta estrutura corporal e não delimita-lá é um pouco perdido em nossos roteiros.
Como podemos entender o que alimenta nossa vida para assim levar adiante todos os nossos desejos? Espinosa já colocou que o move nossos corpos são os afetos. Afetos geram potências que nos movimentam, aquilo para qual tenho afeto é potencializado com alegria, sua falta é tristeza e abaixa a potência.
Sendo assim, potências podem ser geradas com aquilo que afeta, gerando ou não significado. Desta forma penso que o que move e dá sentido só pode ocorrer quando há contato com o outro. Ninguém conseguiria mover-se se não saísse de sua inércia corporal e tramitasse por contato seja aquilo que for. Aproximar do diferente seja um objeto estático, uma pessoa, enfim, traz o estabelecer uma potência que gera ou não significado, cria ou não uma afetividade.
Escrevo isso pois a idéia da "potência paralela" é essa descobrir e colocar em diversas formas, essas conquistas de potências que passam desapercebidas em nosso cotidiano mas que dão todo sentido a nossos movimentos, são nossas sutilezas precursoras dos movimentos.